Há alguns anos atrás, quando ainda assistíamos a filmes em DVD, escutei uma conversa que me deixou abismada. Um rapaz contava a seu amigo que havia comprado vários filmes no final de semana. “A maior pechincha!’ dizia ele. “No supermercado havia vários filmes por apenas R$ 5. Claro que não eram AQUELES filmes, mas a esse preço adquiri vários!” celebrou ele.
Teria sido um bom negócio, como ele imagina?
Na minha opinião, não. Ele comprou vários filmes de que não precisava, que não tinha vontade de ver, e que ele mesmo disse não serem bons. Perdeu tempo e dinheiro com algo que nada lhe acrescentou. Provavelmente, com o valor que gastou, poderia ter comprado um bom filme, que realmente lhe interessasse.
Esse pensamento de “levar vantagem”, na verdade não trouxe a ele vantagem alguma.
Lembrei desse episódio há algumas semanas, quando postamos o vídeo de um de nossos produtos, campeão de vendas. Um calçado que ganhou prêmios de design, porque realmente é bem versátil. No post mostramos suas várias possibilidades de transformação, de bota a sapato boneca. Recebemos vários comentários de pessoas maravilhadas com as várias opções diferentes oferecidas pelo mesmo calçado. E então veio um comentário: “Ah, mas com esse preço daria para comprar vários sapatos!”.
Sim, é verdade. Com o valor desse calçado seria possível comprar vários sapatos. Sapatos que não calçassem bem, que não durassem muito, que não te representassem...
Seria isso vantajoso? Ter vários produtos ruins, que podem prejudicar o pé ou que tenham durabilidade limitada?
Muito se fala sobre sustentabilidade, responsabilidade ambiental, sobre a importância de termos empresas conscientes, que entreguem um bom produto gastando o mínimo de energia, e que sejam responsáveis tanto socialmente quanto ambientalmente.
Entretanto, é necessária a contrapartida. Precisamos caminhar juntos. A corrente precisa estar conectada. O consumidor também precisa ser consciente na hora de adquirir um produto, para que possamos realmente caminhar para um mundo melhor.